terça-feira, 29 de novembro de 2016

Orientação de Alta - Dieta para Cirurgia Bariátrica


Dieta para Cirurgia Bariátrica


Alimentação no Pós-operatório Imediato é dividida em 5 fases:

1ª Fase – Dieta de Líquidos Claros:
        
Primeira fase da alimentação no pós-operatório de gastroplastia.
A alimentação é líquida e constituída de pequenos volumes (em torno de 50 mL por refeição) e tem como principal objetivo o repouso gástrico, hidratação e a adaptação aos pequenos volumes.

ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS


GRUPO ALIMENTAR
RECOMENDADOS P

EVITADOS O

Pães, cereais, arroz e massas
Nenhum
Todos
Frutas
Sucos coados e sem açúcar.
Abacate , manga e outras frutas que não produzem sucos claros. Sucos adoçados com açúcar ou mel.
Hortaliças
Caldos e sucos coados
Nenhuma, exceto as leguminosas.
Leite, iogurte e queijo
Nenhum
Todos
Carne, aves, peixes e ovos
Caldo de frango ou caldo de carne bovina
Ovos. Frutas oleaginosas.
Caldos de carne ou frango industrializados.
Gordura, óleos e açúcares
Adoçantes artificiais
Açúcar, mel, xarope e outros açúcares concentrados. Alimentos contendo açúcar.



Alimentos sugeridos:
Água sem gás, água de coco, chás claros, sucos naturais não ácidos, sucos artificiais dietéticos, caldo magro de carne de gado ou ave e verduras – coado, gelatina dietética .
É proibido o uso do açúcar para se evitar síndrome de dumping, que pode desencadear sintomas como náuseas, vômitos, diarréia, dor abdominal, rubor e sudorese.




2ª Fase – Dieta Líquida Completa:
        
         Segunda fase da alimentação no pós-operatório de gastroplastia.
         Contém alimentos na forma líquida ou que se liquefazem a temperatura corporal. Permite a adição de leite e derivados, ovos e cereais refinados.

 

ALIMENTOS RECOMENDADOS E EVITADOS


GRUPO ALIMENTAR
RECOMENDADOS P

EVITADOS O

Pães, cereais, arroz e massas
Cereais refinados e cozidos, farinha de aveia, creme de arroz, milho e trigo.
Alimentos integrais, farelos e sementes
Frutas
Sucos coados e sem açúcar.
Frutas inteiras. Sucos adoçados com açúcar ou mel.
Hortaliças
Caldos e sucos coados, sopas liquidificadas
Hortaliças cruas e inteiras
Leite, iogurte e queijo
Leite e derivados , queijo cottage, tofu, requeijão cremoso e outros queijos macios, pudim, flan, manjar.
Achocolatados com açúcar. Milkshakes.
Carne, aves, peixes e ovos
Ovos, aves, peixes, carne bovina acrescida as sopas liquidificadas.
Gemada.
Gordura, óleos e açúcares
Todos os óleos, principalmente aqueles monoinsaturados. Adoçantes artificiais. Gelatina Diet.
 Açúcar, mel, xarope e outros açúcares concentrados. Alimentos contendo açúcar.

Água sem gás, água de coco, chás claros, sucos naturais não ácidos, sucos artificiais dietéticos, caldo magro de carne de gado ou ave e verduras – coado, gelatina dietética sem resíduos, iogurte natural desnatado, leite magro desnatado enriquecido com cálcio, café com leite, caldo de feijão, ovos quentes moles com sal, Gatorade®, Hiline®.

Se houver necessidade de maior aporte protéico nesta fase ou em qualquer outra, deve-se fazer uso de suplementos nutricionais industrializados como: Resource Diabetic®, Resource Protein®, Hiper Diet TCM sem sacarose®, Caseical®, Promod®.

A intolerância à lactose pode acontecer em alguns pacientes podendo gerar náuseas, vômitos e diarréia. Nestes casos a lactose deve ser excluída da dieta líquida






3ª Fase – Dieta Pastosa sem açúcares concentrados

          De acordo com a tolerância e as necessidades individuais, a alimentação vai evoluindo de líquida completa para pastosa com a introdução de frutas em pedaços pequenos, papa de leite com pão, polenta mole, etc.
        
Passado o primeiro mês após a cirurgia, inicia-se uma fase onde a seleção dos alimentos é de fundamental importância pois, considerando que as quantidades ingeridas diariamente continuam muito pequenas, deve-se dar preferência aos alimentos mais nutritivos escolhendo-se fontes diárias de ferro, cálcio e vitaminas. O paciente deverá receber um treinamento para reconhecer quais são os alimentos mais ricos nestes nutrientes de forma a ficar mais independente para escolher as principais fontes de vitaminas e minerais encontradas nas suas refeições diárias. Como a alimentação passa a ser mais consistente deve-se mastigar exaustivamente. A duração desta fase também varia individualmente e dura em média um mês.


4ªFase – Dieta Branda sem açúcares concentrados

         Nesta fase a alimentação vai evoluindo gradativamente para uma consistência cada vez mais próxima do ideal para uma nutrição satisfatória.
Geralmente esta fase ocorre a partir do terceiro mês após a cirurgia quando quase todos os alimentos começam a ser introduzidos na alimentação diária. O cuidado com a escolha dos alimentos nutritivos continua pois, as quantidades ingeridas diariamente continuam pequenas. Nesta fase o paciente pode ser capaz de selecionar os alimentos que lhe tragam mais conforto, satisfação e qualidade nutricional. Somente não são tolerados alimentos muito fibrosos e consistentes.

5ª Fase: Fase de Adaptação final e independência:
         Esta fase deve acompanhar o paciente a partir do 4º mês e, como nas fases anteriores, também evolui de acordo com as características individuais podendo iniciar-se um pouco antes ou um pouco depois do quarto mês. A partir desta fase, consultas periódicas fazem-se necessárias somente para o acompanhamento da evolução do peso e levantamento de informações para identificar se existem carências nutricionais, como por exemplo a anemia.




         A evolução nutricional deve ser lenta e progressiva. A evolução das consistências seria a pastosa (em média de 10 dias), com mingaus, purês, suflês, carne moída ou desfiada, passando para a dieta branda e consistência normal até 45 dias após a cirurgia. Normalmente os pacientes mais ansiosos, que não reaprenderam ao processo de mastigação lenta, tendem a sentir desconforto a até ter vômitos, dependendo do tipo de alimento utilizado. Estes demoram mais para evoluir para as consistências desejadas e conseqüentemente para o valor nutricional adequado e necessitam de mais atenção da equipe multiprofissional. O reaprendizado da mastigação e deglutição lentas são fatores determinantes para uma boa digestão.
        


 Por: Camila Ferrabrás Alho

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