terça-feira, 12 de junho de 2012

Você sabe o que são alimentos orgânicos?

organicos 

 
• Art. 1º – Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso de recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente.

São alimentos produzidos dentro de um sistema produtivo onde os elos da cadeia em questão usam procedimentos que não causam impactos negativos – ambientais e sociais, principalmente, ou seja, são produzidos a partir da interferência equilibrada do homem no meio onde vive, em que a criatura manipula a natureza ao seu favor. Regido por aparato legal, de normas e diretrizes.
Do ponto de vista etimológico, Orgânico, do grego organikós, pelo latim organicu – Relativo a órgão, a organização ou a seres organizados. Assim posto, é de fácil assimilação aceitar que um organismo (conjunto de órgãos) só estará com saúde plena (equilíbrio) se os órgãos que o compõem estiverem sadios. Ao transpormos essa análise à produção de um alimento, será o mesmo que dizer que o tomate orgânico que você consumir foi produzido a partir um organismo agrícola (fazenda, roça, sítio, chácara, etc.). Nesse organismo, seus órgãos: solo, planta, água, o homem e sua família, e outros entes estão em perfeito equilíbrio (sadios), e por consequência o seu alimento orgânico. É razoável entender que o sistema solo-planta-água-homem é dinâmico, vivo.

Quais as vantagens de consumí-lo?

Precisamos continuar vivos e saudáveis. Nós e nossos descendentes. É a única forma de imaginar o futuro dos habitantes deste planeta, com uma alimentação sadia sem danos ao meio ambiente. É impensável continuar o modelo atual de produção de alimentos e é inimaginável o passivo ambiental que estamos gerando para que as gerações futuras paguem. E impraticável esse modelo cujo déficit energético é sempre negativo, ou seja: gasta-se mais energia para produzir um quilo de arroz do que a energia gerada por esse mesmo quilo de arroz… a conta não fecha e quem vai pagar? Todos!
Trata-se de um alimento mais saudável que aqueles produzidos e processados pelo sistema convencional. Os métodos de realização utilizados na produção orgânica não fazem uso dos agroquímicos tradicionais da agricultura convencional. Os orgânicos estão livres de pesticidas, muitas vezes tóxicos, e de outras substâncias que são aplicadas à planta durante o seu ciclo de vida e que são absorvidas pelas plantas, alterando a sua composição, com efeitos maléficos quando consumidas pelo homem. Ao mesmo tempo, os alimentos orgânicos industrializados são produzidos sem o uso de aditivos químicos sintéticos/artificiais, como corantes e aromatizantes artificiais, conservantes químicos, entre outros, que, quando ingeridos em excesso, podem provocar sérios transtornos à saúde dos indivíduos, como alergias das mais graves possíveis.

Alimentos orgânicos podem ser considerados melhores?

Sim! Assim, com a disponibilidade de alimentos mais saudáveis, aumenta-se a qualidade e a expectativa total de vida do ser humano. É simples imaginar que diariamente seu organismo luta com agentes invasores, principalmente os químicos presentes nos alimentos. “Se essa energia que o organismo é obrigado a produzir para reagir aos agentes agressivos oriundos de uma alimentação pouco saudável, gasta nessa ‘guerra’, for reservada ou usada para fins mais nobres pelo seu organismo, obviamente você estará preservado como um todo e como um todo viverá mais e melhor.”
De acordo com a opinião nutricional, ainda não há dados de pesquisas consistentes e irrefutáveis que demonstrem diferenças substanciais na composição de nutrientes dos alimentos orgânicos. Algumas pesquisas indicam uma melhoria na concentração de alguns desses nutrientes, porém, há necessidade de mais estudos científicos que possam comprovar essa afirmativa. No entanto, é correto inferirmos que alimentos orgânicos são considerados melhores pela simples razão de serem produzidos em um sistema de produção orgânico, certificado por diretrizes que levam em consideração a sustentabilidade ambiental e social e sem a aplicação de agrotóxicos nocivos à saúde do homem.

Como é feito o cultivo desse alimento?

O cultivo de alimentos orgânicos é conduzido com o uso adequado do solo e da água. A adubação é realizada primordialmente com compostos orgânicos – restos de cultura ou roçagem (mato capinado) misturados com dejeto animal enriquecido ou não com outros produtos provenientes da atividade, devidamente compostados e fermentados, e pós de rocha (calcário, fosfato natural e outros). Todos os procedimentos utilizados no cultivo orgânico são orientados e auditados por uma legislação específica e uma escala que precisa ser respeitada.
Na indústria, corantes e conservantes naturais retomam seus postos perdidos aos sintéticos/artificiais. Deve-se ressaltar que, para atender à demanda crescente de alimentos, escala, periodicidade, frequência e validade do produto (shelf life – tempo de prateleira), se exige melhoria continuada nos procedimentos e normas de Boas Práticas de Fabricação e pesquisas visando a melhoria de eficiência dos aditivos naturais ou permitidos pela legislação que regula o setor.

O custo é muito diferenciado?

Sim, dependendo do grupo em que o alimento esteja incluído. O “ágio” é puramente por lógica do mercado – demanda maior que oferta e/ou melhoria na sua distribuição e consequentemente maior acesso –, e não por maior custo de produção, que, ao contrário, se torna bem menor, principalmente no médio e longo prazo, mesmo levando-se em conta os custos de certificação externa.

Como saber que um alimento é orgânico?

Através da identificação de entidade certificadora. Esta, por seu turno, tem que ser credenciada junto aos órgãos reguladores em seus respectivos mercados de consumo. Atualmente o espectro legal sobre o assunto é suficiente para assegurar ao alimento o status de orgânico. Embora se ressalte que algumas certificadas que atuam no mercado nacional não cumprem as normas mínimas e ainda não são fiscalizadas. Nesse sentido as normas oficiais do país foram recentemente aprovadas, depois de uma década de discussão e consultas públicas.

Como e por que é feita a desintoxicação após o início do consumo de alimentos orgânicos?

A substituição gradual de alimentos não orgânicos para orgânicos não implica em necessidade de desintoxicação, mesmo porque o alimento que consumimos, produzido pelo sistema convencional, não é um “veneno”. Se ao longo do tempo desenvolvemos alguns sintomas de uma alimentação inadequada, os elementos acumulados pela ação protetora do nosso organismo serão minimizados naturalmente pelo próprio organismo. Podem e devem ocorrer alterações no funcionamento do sistema digestivo pelo aumento de ingestão de fibras, que levará a uma melhora na sua função.




Fonte:http://idmed.uol.com.br/Nutrição/Alimentação/voce-sabe-o-que-sao-os-alimentos-organicos.html

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