Interpretação de Exames Bioquímicos


Aqui você encontrará algumas interpretações de exames bioquímicos.




FUNÇÃO RENAL 


Relação Uréia/Creatinina
Uréia Alta
Uréia Baixa
Uréia Normal
Creatinina Normal
Excesso protéico
Desidratação
Fome
Desnutrição
Normal
Creatinina Alta
Insuficiência Renal
Hipercatabolismo
Insuficiência Renal em desnutrido






ELETRÓLITOS

EXAMES
INTERPRETAÇÃO
CONDUTA NUTRICIONAL
Hipocalemia (K < 3,5 mEq/L)
Pode resultar em arritmias cardíacas, redução da peristalse, distensão abdominal e íleo paralítico.
Reduzir ou suspender TNE. Restringir dieta com fibra dietética. Não se corrige com TNE.
Hiponatremia leve (125-135 mEq/L)
Pode dar cefaléia, náuseas, vômitos, cãibras, fraqueza muscular, alterações no sensório, confusão mental, incontinência urinária e fecal.
Avançar com cuidado na TNE, para não precipitar essas intercorrências.
Hiponatremia grave (< 125 mEq/L)
Pode dar poliúria, bradicardia, hipo ou hipertensão, hipo ou hipertermia, pupilas dilatadas, convulsão, PCR, Irpa e coma.
Pode incidir na resposta inflamatória nutricional.
Hipernatremia
Pode ser devido ao uso de diuréticos, DM descompensado, doenças febris, desidratação ou uso de soluções hipertônicas. Em idosos com Na > 160 mEq/L pode ocorrer sede intensa, hipovolemia, fraqueza muscular, desorientação, HSA coma, lesão cerebral irreversível e morte.
Deve-se aumentar a ingestão de água livre. Não se reduz o sódio da TNE e sim do soro.
Hipocalcemia
Pode incorrer em hipotensão arterial, bradicardia, parada cardíaca, espasmos musculares, tetania, ansiedade, depressão e psicose.
Pode incidir na resposta inflamatória nutricional.
Hipercalcemia
Pode resultar em náuseas, anorexia, poliúria, vômitos, constipação, desidratação, letargia e coma.
Deve-se suspender a TNE até o controle médico do quadro.
Hipomagnesemia
Pode ser decorrente de DPC, etilismo crônico, fístulas digestivas, sepse ou administração inadequada de muita glicose e insulina. Pode dar fraqueza e cãibras musculares, vômitos e íleo paralítico.
Avançar com cuidado na TNE, para não precipitar essas intercorrências.
Fonte: Adaptado do livro: DUARTE, A. C. G. Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Ateneu, 2007.





INDICADORES DE HIPERALIMENTAÇÃO

PARÂMETROS
INTERPRETAÇÃO NUTRICIONAL
CONDUTA NUTRICIONAL
Trigliceridemia < 300 mg/dL
Se > 300 mg/dL (sem jejum) significa que a dieta está com excesso de calorias ou o paciente não está conseguindo aproveitar os nutrientes, devido à resistência periférica a insulina elevada. Paciente agravou.
GGT (Gama Glutamil Transferase)
Enzima de metabolização hepática de alimentos, medicamento e álcool. Regula toxicidade hepática por alimento, medicamento ou álcool. Indicador sensível de colestase. Pode ser decorrente de excesso calórico, protéico ou lipídico. Reduzir VCT e teor protéico. Usar fórmulas menos lipídicas e mais TCM. É um marcador precoce de excesso nutricional.
Amilase
Se elevada, significa que a caloria está elevada. Reduzir volume, pois o pâncreas está limitando a digestão e absorção dos nutrientes.
Lipase
Se elevada, reduzir a caloria e a gordura. Se a amilase e a lipase estiverem elevadas, reduzir volume, caloria e trocar a fonte de AGL por TCM, pois o pâncreas está limitando a digestão e absorção dos nutrientes. Ou troca dieta ou suspende.
Fosfatase alcalina
Indica esteatose hepática. Pode ser decorrente de excesso calórico ou de excesso de carboidrato ou déficit de proteína. Rever calorias, carboidratos e proteína na dieta. Pode refletir problemas ósseos também.
ALT/TGP
Reflete inflamação hepática por excesso de álcool e/ou gordura. Rever VCT, relação kcal/g de N2 e percentual lipídico da dieta. Quando elevado, provavelmente há algum excesso calórico ou lipídico ou há déficit protéico. Aumentar teor de proteína na dieta.
AST/TGO
Reflete destruição hepática com comprometimento da mitocôndria do hepatócito. Quando alterado, provavelmente há excesso de proteína e/ou lipídio na dieta. Trocar o tipo de lipídio. Se TGP e TGO estiverem elevados, priorizar quem estiver mais alterado.
Fosfato
Hipofosfatemia indica síndrome de realimentação, principalmente quando associado a desordens hidreletrolíticas de K+ e Mg2+. Avaliar sintomatologia: insuficiência cardíaca, desidratação ou sobrecarga hídrica, hipotensão ou insuficiência renal. Reduzir volume, VCT e carboidratos. Progredir mais lentamente e com mais cautela. Todo paciente desnutrido apresenta risco de síndrome de realimentação, bem como aqueles em jejum prolongado, alcoolistas e sob hidratação venosa prolongada.
Fonte: Adaptado do livro: DUARTE, A. C. G. Avaliação Nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Ateneu, 2007.

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