A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de 2 gramas (g) de sódio por dia.
Um pacote de biscoito de polvilho de 100 g possui, em média, mais da metade de toda a quantidade de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia. É o que aponta um estudo divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O hambúrguer bovino também apresentou um alto teor de sódio: na média 701 mg de sódio para cada 100 g de produto. Isso significa que um pedaço de carne de hambúrguer (cerca de 80 g) é responsável por mais de ¼ do total de sódio que uma pessoa deve consumir durante todo o dia.
O estudo da Anvisa também analisou os teores de sódio nos queijos. Uma amostra do queijo parmesão apresentou o maior valor absoluto de sódio, entre todas as 500 amostras da pesquisa, e atingiu a marca de 3052 mg do nutriente para cada 100 g do produto. Em segundo lugar, ficou a versão ralada do queijo parmesão. Neste caso, em uma das amostras, o teor de sódio encontrado foi de 2976 mg para cada 100 g de produto. A média de sódio no parmesão foi de 1402 mg a cada 100 g de produto. No caso do parmesão ralado, esse valor sobe para 1981 mg, valores muito superiores à média de sódio nos demais tipos de queijo analisados.
Outro ponto avaliado pela pesquisa foi a variação do teor de sódio entre as diversas marcas de um mesmo alimento. Neste quesito, os queijos minas frescal, parmesão e a ricota fresca lideraram a lista. Essa variação na quantidade de sódio entre as diversas marcas reafirma a necessidade dos consumidores de observarem os rótulos dos alimentos industrializados.
A média do teor de sódio no macarrão instantâneo ficou em 1798 mg para cada 100 g do alimento. Esse valor está dentro do pactuado, em abril de 2011, entre o Ministério da Saúde e as associações das indústrias de alimentos para reduzir a quantidade de sódio nesses alimentos. O acordo prevê o valor máximo de 1920,7 mg de sódio para cada 100 g de macarrão instantâneo. Entretanto, o estudo da Agência também detectou problemas. Em termos de valor absoluto, o valor máximo de sódio encontrado em uma amostra de macarrão instantâneo foi de 2.160 mg para cada 100g de alimento, valor maior do que o acordado entre as indústrias e o Ministério da Saúde. Vale lembrar que, neste caso, já está contabilizada a quantidade de sódio presente do tempero pronto que acompanha esses alimentos.
O consumo excessivo de sódio é considerado um fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, tais como cardiopatias, obesidade, neoplasias, diabetes mellitus, entre outras. “Se atingíssemos a meta da OMS seria possível reduzir em 15% os óbitos por acidente vascular cerebral (AVC) e em 10% os óbitos por infarto”, afirma o diretor de Controle e Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares.
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Algumas orientações para reduzir o sal na dieta:
- Além de observar o rótulo dos alimentos industrializados, a Anvisa orienta que o consumidor experimente os alimentos antes de adicionar mais sal.
- Diminuir gradativamente o sal nos alimentos. O paladar se adapta à redução gradual da quantidade de sal nos alimentos, por isso, isso não vai afetar a percepção do sabor dos alimentos.
- Lembrar que alimentos frescos sempre têm menos sal. Por isso, é necessário equilibrar as refeições com saladas e frutas.
- A população deve utilizar outros temperos naturais como ervas aromáticas, alho, cebola, pimenta, limão, vinagre e azeite para temperar e valorizar o sabor natural dos alimentos, evitando o uso excessivo de sal. A redução do consumo de sal pode ser iniciada com atos simples, como a retirada do saleiro da mesa.
Dados do IBGE indicam que, em 2009, uma em cada três crianças brasileiras na faixa de 5 a 9 anos estava com sobrepeso, sendo que a obesidade atingiu 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas. Durante o período de 1974 a 2009, a prevalência de sobrepeso em crianças e adolescentes, entre 10 e 19 anos, passou de 3,7% para 21,7% no sexo masculino e de 7,6% para 19,4% no sexo feminino. Nesse mesmo período, o sobrepeso na população adulta masculina passou de 18,5% para 50,1%, enquanto que na feminina foi de 28,7% para 48%.
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