A Organização Mundial de Saúde define os cuidados paliativos como uma abordagem que melhora a qualidade de vida do paciente e seus familiares frente
a um problema associado a doenças com risco de morte, através da prevenção e alívio do sofrimento por meio de identificação precoce, avaliação e tratamento impecáveis da dor e de outros problemas físicos, psíquicos e espirituais.
Cada vez mais os cuidados paliativos são necessários na atenção durante o tratamento de diversas condições e especialmente no fim da vida. Náuseas e vômitos estão entre os sintomas mais comuns e os que mais afetam a qualidade de vida de pessoas que necessitam de cuidados paliativos. A rotina diária desses pacientes torna-se profundamente afetada por esses sintomas, o que justifica a necessidade de seu manejo eficaz por parte do profissional de saúde.
DEFINIÇÃO
Náusea é a sensação desagradável da necessidade de vomitar, habitualmente acompanhada de sintomas autonômicos como sudorese fria, sialorréia, hipotonia gástrica, refluxo do conteúdo intestinal para o estômago, entre outros. Vômito ou êmese é a expulsão rápida e forçada do conteúdo gástrico através da boca, causada por uma contração forte e sustentada da musculatura da parede torácica e abdominal.
Náusea corresponde à primeira fase da êmese, o estômago se relaxa e ocorre a inibição da secreção do ácido gástrico – esta é chamada de fase pré-ejeção. Durante a náusea a pressão intratorácica diminui e a pressão abdominal aumenta.
O passo seguinte é a fase de ejeção: o reflexo do vômito compreende uma grande contração retrógrada do intestino delgado para o estômago; contrações dos músculos abdominais e do diafragma tornam-se coordenados, aumenta a pressão no tórax e no abdome comprimindo o estômago e forçando seu conteúdo através da boca e nariz. Na fase de pós-ejeção geralmente há alívio da náusea – a depender da etiologia do processo. Ambos os sintomas são associados à sensação
desconfortável, com impacto importante na qualidade de vida.
desconfortável, com impacto importante na qualidade de vida.
MEDIDAS DIETÉTICAS
As medidas dietéticas devem ser adequadas às necessidades do indivíduo, suas preferências e seus hábitos alimentares e ao serem usadas juntamente com os medicamentos antieméticos podem ajudar a reduzir a frequência e dose dos mesmos.
Algumas medidas simples podem auxiliar no controle das náuseas e vômitos:
- Fracionamento da dieta em pequenas refeições em intervalos menores;
- Realização das refeições em ambiente tranquilo e arejado;
- Manutenção de horários estabelecidos para as refeições;
- Oferta de pequenas quantidades de carboidratos;
- Oferta de alimentos que sejam da preferência do paciente.
Além disso, é importante: evitar que o paciente deite-se logo após as refeições, mantendo sua cabeça elevada por até uma a duas horas após a ingestão de alimentos.
Evitar preparações em:
- Temperaturas extremas, preferindo preparações a temperatura ambiente ou alimentos frios;
- Evitar que o paciente fique próximo à cozinha na hora do preparo da refeição, impedindo assim que os cheiros dos alimentos durante a cocção acentuem as náuseas;
- Evitar frituras, alimentos gordurosos, condimentados, salgados, ácidos, açucarados e com odor forte;
- Evitar alimentos azedos, como limão, picles ou balas duras, assim como a oferta de líquidos durante às refeições
No entanto,deve-se priorizar a ingestão de oito a dez copos de líquidos entre as refeições para evitar desidratação.Esta manobra minimiza a pressão no estômago reduzindo a ocorrência de refluxo.
Dentre estes líquidos, boas opções são:
- Líquidos claros, como sucos, chás, caldos, gelatinas, gengibre e lascas de gelos
- Limitar o uso de líquidos cafeinados, incluindo refrigerantes a base de colas, café e chás.
Refeições com alto teor proteico, comparadas às refeições ricas em carboidratos e gordura, tiveram efeito positivo em reduzir náuseas em pacientes em paciente adultos. Umas das justificativas de tal benefício seria a redução das disritmias gástricas. Em caso de vômitos contínuos, é aconselhável limitar qualquer comida ou bebida até o vômito cessar, após aguardar por 30 a 60 minutos e então iniciar a alimentação em pequena quantidade (goles) de líquidos claros.
Além disso, orientar e educar o paciente e seu cuidador é muito importante para o sucesso no manejo de náuseas e vômitos. De acordo com recomendação do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2000) deve-se evitar oferecer alimentos se a náusea for devido à estase gástrica. Nestes casos e naqueles decorrentes de obstrução proximal, a literatura indica o uso de terapia nutricional via enteral.
eu acho isto interessante
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