domingo, 22 de julho de 2012

IODO - Entenda tudo sobre ele...

Deficiência de Iodo

Desde 1953 é obrigatória a iodação do sal no Brasil, e desde 1974 é obrigatória a iodação de todo o sal destinado ao consumo humano e animal - Lei no 6.150. O que vem ocorrendo desde então são adequações à legislação para atender melhor à população na prevenção dos distúrbios causados pela deficiência de iodo, foi o que ocorreu em 1999, quando os teores de iodação do sal se adequaram às faixas de 40 a 100 ppm.

Em fevereiro de 2003 foi aberta consulta pública pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, onde a faixa de iodação foi ajustada para 20 a 60 ppm. Todas as adequações de iodação do sal, realizadas pelo Ministério da Saúde, são feitas de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde e especialistas nacionais no tema.

O Programa de Combate aos Distúrbios por Deficiência de Iodo no Brasil é uma das ações mais bem sucedidas no combate aos distúrbios por deficiência de micronutrientes e tem sido elogiado pelos organismos internacionais pela sua condução e resultado obtido na eliminação do bócio endêmico no país, dentre as ações a iodação universal do sal para consumo humano e o monitoramento e fiscalização das indústrias salineiras são as principais responsáveis pelo sucesso do programa.

Para manter a baixa prevalência dos distúrbios causados pela deficiência de iodo a iodação universal do sal para consumo humano no Brasil deve ser mantida sem exceção. 




Por que o Iodo é tão importante?                       

  Promove o crescimento e o desenvolvimento normal do organismo;

 Promove o crescimento e o desenvolvimento normal do cérebro;

 Contribui para a saúde, mantendo em equilíbrio as funções do organismo;

 Melhora a resistência às infecções;

 Melhora a capacidade física e mental e, conseqüentemente, a aprendizagem e a produção no trabalho.



Qual é a função do Iodo?                                     

O Iodo é um micronutriente essencial para o homem e outros animais. Existe apenas uma única função conhecida do Iodo no organismo humano: ele é utilizado na síntese dos homônios tireoidianos (hormônios produzidos pela tireóide, uma glândula que se localiza na base frontal do pescoço): a triiodotironina (T4) e a tiroxina (T3). Estes hormônios têm dois importantes papéis: atuam no crescimento físico e neurológico e na manutenção do fluxo normal de energia (metabolismo basal, principalmente na manutenção do calor do corpo). São muito importantes para o funcionamento de vários órgãos como o coração, fígado, rins, ovários e outros.





O que são Distúrbios por Deficiência de Iodo?

Os Distúrbios por Deficiência de Iodo – DDI - são fenômenos naturais e permanentes, que estão amplamente distribuídos em várias regiões do mundo. Populações que vivem em áreas deficientes em iodo sempre terão o risco de apresentar os distúrbios causados por esta deficiência, cujo impacto sobre os níveis de desenvolvimento humano, social e econômico são muito graves. A deficiência de iodo pode causar cretinismo em crianças (retardo mental grave e irreversível), surdo-mudez, anomalias congênitas, bem como a manifestação clínica mais visível – bócio (hipertrofia da glândula tireóide). Além disso, a má nutrição de iodo está relacionada com altas taxas de natimortos e nascimento de crianças com baixo peso, problemas no período gestacional, e aumento do risco de abortos e mortalidade materna.

Associada a esses problemas, a deficiência de iodo contribui para o aumento do gasto com atendimento em saúde e em educação, uma vez que incrementa as taxas de repetência e evasão escolar, e ainda proporciona a redução da capacidade para o trabalho. Portanto, direta ou indiretamente acarreta prejuízos sócio-econômicos ao país. Conseqüentemente, as estratégias dirigidas a controlar a deficiência de iodo, devem ser permanentes e fundamentalmente preventivas, especialmente quando se destinam às gestantes, nutrizes e crianças menores de dois anos de idade.



Quais as causas dos Distúrbios por Deficiência de Iodo?

  Consumo de alimentos oriundos de solos pobres em Iodo:
O Iodo é um componente encontrado no solo em proporções variadas. Quando falta Iodo no solo onde são plantados os alimentos, seja porque o solo é naturalmente pobre nesse componente (regiões montanhosas e distantes dos mares - a água dos oceanos é mais rica em Iodo do que a crosta terrestre) ou porque o solo foi exaurido do nutriente por práticas inadequadas de agricultura, os alimentos produzidos nessas terras terão menor teor de Iodo. Os animais que comporão a alimentação das populações residentes nessas áreas também se alimentam de produtos vegetais pobres em Iodo. Isso pode levar aos Distúrbios por Deficiências de Iodo.

 Uso de sal não iodado na alimentação:
Como uma estratégia para suprir a necessidade de Iodo pelas populações, diversos países adotam a iodação do sal para consumo humano (sal de cozinha). Embora não se deva consumir sal em excesso, porque ele pode trazer prejuízos para a saúde, o seu consumo moderado e diário é essencial para que a necessidade de Iodo seja suprida. Não usar sal iodado (sal enriquecido com Iodo) ou usar o sal para consumo animal (cujo teor de iodo não atende às necessidades do homem) pode ocasionar os Distúrbios por Deficiência de Iodo.

Importante:
O sal para gado é inadequado para consumo humano, pois não possui iodo necessário para a prevenção de doenças.



Quais alimentos são ricos em Iodo?                     

  Os principais alimentos ricos em Iodo são os alimentos de origem marinha (ostras, moluscos e outros mariscos e peixes de água salgada);

 Leite e ovos também são fontes de Iodo, desde que oriundos de animais que tenham pastado em solos ricos em Iodo ou que foram alimentados com rações que continham o nutriente;

 Vegetais oriundos de solos ricos em Iodo também são boas fontes.

Como uma estratégia para suprir a necessidade de Iodo pelas populações, diversos países adotam a iodação do sal para consumo humano (sal de cozinha). Embora não se deva consumir sal em excesso, porque ele pode trazer prejuízos para a saúde, o seu consumo moderado e diário é essencial para que a necessidade de Iodo seja suprida. Não usar sal iodado (sal enriquecido com Iodo) ou usar o sal para consumo animal (cujo teor de iodo não atende às necessidades do homem) pode ocasionar os Distúrbios por Deficiência de Iodo.

Orientações para o uso do sal iodado:


 Ao comprar o sal, observe no rótulo se ele é iodado;

 Se você faz tempero caseiro ou tempero completo em casa, USE SEMPRE O SAL IODADO na mistura. Faça em pequenas quantidades e não guarde na geladeira;

 Se você compra tempero completo, PROCURE VARIAR usando também o sal iodado. Não há garantia de que a fábrica usou o sal iodado para fazer este tempero;

 Ao comprar o sal iodado, prefira aquele com maior prazo de validade, pois caso esteja vencido, ocorre prejuízo da qualidade do iodo;

 Ao armazenar o sal iodado em casa, coloque-o sempre em local fresco e ventilado, longe do calor. Evite colocá-lo perto do fogão a gás ou a lenha, pois o calor pode prejudicar a qualidade do iodo;

 Ao abrir o saco do sal iodado, não retire o sal desta embalagem, mas sim o coloque dentro de um pote ou vidro com tampa, mantendo-o sempre fechado;

 Não coloque o pote de sal iodado na geladeira;

 Mantenha o sal iodado longe de locais úmidos e não coloque colheres molhadas dentro da embalagem. A umidade pode prejudicar o teor do iodo.



O que está sendo feito para controlar e prevenir os Distúrbios por Deficiência de Iodo - DDI?

Reconhecendo a importância da prevenção dos Distúrbios por Deficiência de Iodo - DDI, a Assembléia Mundial de Saúde adotou em 1991 a meta de eliminação da deficiência de iodo como problema de saúde pública até o ano 2000. Em 1990, líderes dos vários países firmaram a meta na World Summit for Children, sendo posteriormente reafirmado na Conferência Internacional de Nutrição em 1992.

Em 1993, a OMS e o Unicef recomendaram a iodação universal do sal como estratégia para alcance da eliminação dos DDI, isto porque a iodação adequada deste produto para consumo humano é a estratégia mais efetiva, menor custo e de mais fácil implementação em quase todos os países.

No Brasil, o Ministério da Saúde preconiza a iodação do sal, assegurando as condições legais, administrativas e operacionais para a aplicação sistemática da medida, em parceria com a ANVISA e com o setor produtivo salineiro.

Desde o estabelecimento da obrigatoriedade de adição de iodo no sal na década de 50, o Ministério da Saúde realizou quatro pesquisas para avaliar o impacto desta intervenção no Brasil, sendo por meio destas registradas uma significativa redução nas prevalências de bócio (20,7% em 1955; 14,1% em 1974; 1,3% em 1984; e 1,4% em 2000).

No entanto, ressalta-se que apesar deste considerável avanço do controle dos DDI no Brasil, ainda há a necessidade de aperfeiçoamento das ações de prevenção e controle, uma vez que o constante monitoramento da deficiência de iodo constitui peça fundamental para evitar a reincidência deste problema.

Em nível mundial, o continente americano é o que tem alcançado maiores avanços no controle da deficiência de iodo, porém existem casos de retrocesso em alguns países, pela falta de sustentabilidade dos programas.

Por este motivo, o Ministério da Saúde, em parceria com os demais membros da Comissão Interinstitucional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo – CIPCDDI - que representam a ANVISA, a UNICEF, OPAS, indústria salineira, governo, sociedade civil e universidades, vêm trabalhando nos últimos anos no sentido de aperfeiçoar a execução de ações estabelecidas para prevenção e controle dos DDI.

Em 1º de dezembro de 2005 foi publicada a portaria 2.362, com o objetivo de reestruturar o Programa Nacional para Prevenção e Controle dos Distúrbios por Deficiência de Iodo – Pró-Iodo. Todas as informações técnicas e operacionais deste Programa encontram-se apresentadas ao longo do manual deste programa (colocar link para o manual).

Mais recentemente, o Brasil apoiou o projeto de resolução para alcance da meta de eliminação sustentável dos DDI em todo o mundo, aprovado na 60ª Assembléia Mundial de Saúde. O objetivo foi estimular que os países membros da OMS: redobrem seus esforços para alcançar a proteção contra os DDI, nos locais onde esta ainda não tenha sido alcançada, e sustentem de forma contínua os programas de sucesso, assim como sigam a recomendação da 58ª Assembléia Mundial de Saúde de monitorar a nutrição de iodo a cada três anos




Fonte: CGAN - Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição.

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